Por Gisele Barcelos
Supermercado é coisa engraçada. A definição no dicionário não faz jus ao lugar. Para o colecionador de vocábulos, o tal substantivo nomeia apenas o grande estabelecimento comercial em que o comprador retira as mercadorias das prateleiras e efetua o pagamento da despesa antes de sair. Mas supermercado é bem mais que isso. Carrefour, Pão de Açúcar e Wall-Mart já virou programa de sábado à noite ou domingo à tarde para muita gente. Point para encontrar os chegados.
- Tô indo no supermercado, quer ir?
- Precisando de alguma coisa?
- Nem sei, só pra dar uma volta.
A verdade é que supermercado designa um espaço cheio de possibilidades e aventuras. Afinal onde mais seria possível encontrar um mix de aproximadamente dois mil cheiros, sabores e texturas? De CDs lançamento do Sidney Magal (Waldick Soriano, Fagner, Reginaldo Rossi, Wando, etc. ao gosto do freguês) a preservativos com sabor jiló, tudo está ali a um corredor de distância. E o melhor: sempre existem promoções mirabolantes com economia de R$ 0.03 para mexer com o juízo do consumidor.
Por causa dessas ofertas imperdíveis, o indivíduo desenvolve até problemas de saúde. A moça recém-casada ao procurar a pasta de dentes “mais em conta” vasculhava a parede de caixinhas para encontrar a barganha.
- Tem a total 12, bem. Custa R$ 2,90.
- Pode ser. – disse o marido, sem encontrar o preço da maioria dos produtos expostos e ainda perdido com a infinidade de marcas, etiquetas e números na estante.
A mercadoria já quase encostava no fundo do carrinho quando um outro consumidor enxerido anunciou em voz alta:
- Essa pasta com tratamento profissional pra dentes sensíveis está R$ 0,05 mais barata. Acabei de olhar no detector de preço.
- Então é essa!
- Mas meu amor, mas eu não tenho dentes sensíveis... E nem você.
- Não, mas olha o preço. É mais barato que a outra comum e vem com bônus.
- Morzim, a gente num precisa. Nossos dentes são bem fortes.
- Mal não vai fazer! – agarrava o item em promoção, decidida.
− Mas... Talvez a validade – o esposo tentou racionalizar, sendo interrompido por mais um argumento veemente.
- Por um desconto desse, a gente até fica com sensibilidade.
Vencido, o homem continuou a empurrar o carrinho em silêncio até a seção de alimentos. Os olhos da esposa já brilhavam a contemplar o cartaz com os dizeres “DOIS pelo preço de UM”, próximo a um novo sabor de suco de damasco em pó. A marca era recém-lançada e sem qualquer mocinha simpática entregando amostra grátis.
- Vamos experimentar. Cadê aquele seu espírito aventureiro da época de namoro, hein?! – ameaçou a esposa em tom de cobrança, certa da vitória na discussão.
E acertou. O suco de damasco já está há uma semana mofando na geladeira, à espera da próxima inovação trazida das prateleiras promocionais do supermercado.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirPior que é verdade o povo si mata por miseros 0,03 centavos de desconto... kkkkkkkkk
Parabensss
Já vi mt disso tmb, levar produto não pelo o que é oferecido, mas pelo preço.... nem importa se a utilidade eh "útil"...
ResponderExcluirrssrsrs
As vezes o mais barato, sai mais caro ahsuhashuahsush... Coitado do marido que se dizer algo leva patada kkk
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