Gisele Barcelos
Reza o ditado que peixe morre pela boca. Infelizmente, porém, tal regra não se aplica ao ser humano. Sob o pretexto de “não magoar”, as inverdades mais absurdas brotam daquela confusão entre lábios, dentes e língua. Ai dos ouvintes ingênuos! Porque exemplos reais não faltam.
Eu sei, eu sei... Às vezes nossas opiniões são solicitadas sem a gente querer. É claro que entre a pergunta “Você acha que eu estou gorda?” e a verdade, a saída mais fácil seria a chamada mentirinha - ou omissão parcial da realidade, se você preferir. Não estou falando disso, mas daquelas falas espontâneas, como o “Pode contar comigo” de quem nunca atende o celular na hora da necessidade e o “Estarei lá” da pessoa troféu ausência garantida em qualquer evento.
É também o rapaz indeciso a pensar no futuro que palavreia à jovem namorada “Quero construir uma vida juntos”, enquanto as idéias que circulam na mente realmente soariam como “Eu não estou disposto. Fazer companhia, ligar? Se precisar, ela que me procure”. Ou o indivíduo que diz com todas as letras “A Mariazinha não presta!” e, na frente da pobre Maria, porta-se como o amigo mais simpático dela. Por aí, o leitor já deve ter lembrado outras situações... (Mas, por favor, não cite nomes!).
Os indignados tendem a esbravejar ou promover barracos a favor da sinceridade. Mas isso só desgasta e não resolve. Por isso, queria lançar a campanha para patrocinar uma nova tecnologia semelhante à vida em quadrinhos. Assim os pensamentos de todos estarão bem disponíveis em balões animados. Nada mais de enganos ou decepções. Mesmo que a boca articule coisas para não magoar, as verdadeiras intenções estarão ali flutuando acima da cabeça.
Pense só: O pato Donald até podia tramar alguma coisa, mas você sabia os desígnios mais profundos da mente do resmungão. Tio Patinhas também disse várias falas generosas, porém aquele outro balão em formato de nuvem denunciava a opinião avarenta. Chico Bento jurava nunca mais roubar as goiabas do vizinho e nunca cumpria, só que as atitudes larapias não te magoavam porque já tinham sido explicadas no balão da sinceridade. Seria assim também em nossos dias com essa tecnologia revolucionária.
- Pode contar comigo – disse a boca, enquanto o pensamento gritava em letras garrafais “Neimmmmm... Quero mais ficar no meu sofá”.
- Eu te ligo sim. – responde você já informado que aquela era uma pessoa a menos pra ajudar ou perder tempo ligando.
Basta o ouvinte conferir, fingir que acreditou nos sons proferidos e seguir a vida adiante com a consciência limpa, sem falsas esperanças e expectativas. A verdade é dita, constrangimentos são evitados e ninguém se machuca!
Mas é claro que eu teria direito a um botão exclusivo para desligar o acesso aos meus pensamentos, como patrocinadora do invento.... O problema é que talvez isso se espalhe, como programas piratas e os “gatos” da TV a cabo e internet banda larga. Então, talvez seja melhor simplesmente iniciar uma campanha a favor do SILÊNCIO CONSCIENTE em vez de investir tempo e dinheiro numa tecnologia que dentro de pouco tempo será corrompida por hackers.
Eu sei, eu sei... Às vezes nossas opiniões são solicitadas sem a gente querer. É claro que entre a pergunta “Você acha que eu estou gorda?” e a verdade, a saída mais fácil seria a chamada mentirinha - ou omissão parcial da realidade, se você preferir. Não estou falando disso, mas daquelas falas espontâneas, como o “Pode contar comigo” de quem nunca atende o celular na hora da necessidade e o “Estarei lá” da pessoa troféu ausência garantida em qualquer evento.
É também o rapaz indeciso a pensar no futuro que palavreia à jovem namorada “Quero construir uma vida juntos”, enquanto as idéias que circulam na mente realmente soariam como “Eu não estou disposto. Fazer companhia, ligar? Se precisar, ela que me procure”. Ou o indivíduo que diz com todas as letras “A Mariazinha não presta!” e, na frente da pobre Maria, porta-se como o amigo mais simpático dela. Por aí, o leitor já deve ter lembrado outras situações... (Mas, por favor, não cite nomes!).
Os indignados tendem a esbravejar ou promover barracos a favor da sinceridade. Mas isso só desgasta e não resolve. Por isso, queria lançar a campanha para patrocinar uma nova tecnologia semelhante à vida em quadrinhos. Assim os pensamentos de todos estarão bem disponíveis em balões animados. Nada mais de enganos ou decepções. Mesmo que a boca articule coisas para não magoar, as verdadeiras intenções estarão ali flutuando acima da cabeça.
Pense só: O pato Donald até podia tramar alguma coisa, mas você sabia os desígnios mais profundos da mente do resmungão. Tio Patinhas também disse várias falas generosas, porém aquele outro balão em formato de nuvem denunciava a opinião avarenta. Chico Bento jurava nunca mais roubar as goiabas do vizinho e nunca cumpria, só que as atitudes larapias não te magoavam porque já tinham sido explicadas no balão da sinceridade. Seria assim também em nossos dias com essa tecnologia revolucionária.
- Pode contar comigo – disse a boca, enquanto o pensamento gritava em letras garrafais “Neimmmmm... Quero mais ficar no meu sofá”.
- Eu te ligo sim. – responde você já informado que aquela era uma pessoa a menos pra ajudar ou perder tempo ligando.
Basta o ouvinte conferir, fingir que acreditou nos sons proferidos e seguir a vida adiante com a consciência limpa, sem falsas esperanças e expectativas. A verdade é dita, constrangimentos são evitados e ninguém se machuca!
Mas é claro que eu teria direito a um botão exclusivo para desligar o acesso aos meus pensamentos, como patrocinadora do invento.... O problema é que talvez isso se espalhe, como programas piratas e os “gatos” da TV a cabo e internet banda larga. Então, talvez seja melhor simplesmente iniciar uma campanha a favor do SILÊNCIO CONSCIENTE em vez de investir tempo e dinheiro numa tecnologia que dentro de pouco tempo será corrompida por hackers.
Idéia genial kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirSei não, isso aplicado num arroz, provavelmente iria estragar a amizade kkk
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